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^^Radio Blast^^

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

^^Gall Force^^




Sinópse

A indústria da animação japonesa, infelizmente, costuma se apegar a tendências de tempos em tempos. No começo dos anos 2000, por exemplo, a tendência era produzir animes de apelo infantil, tendo crianças como protagonistas e algum parceiro inseparável que podia ser desde um bichinho fofinho, até um brinquedo high-tech. Na década de 80, a tendência dominante do mercado eram animes com um pano de fundo futurista – sobretudo no mercado de OVA (Original Video Animation).
Diferente do Brasil, onde o excesso de determinado gênero de programa acaba desgastando-o, gerando o desinteresse do público (vide as produções do gênero tokusatsu), o mercado japonês comportava muito bem tudo que era lançado, até o derradeiro momento da renovação. Um ótimo anime que serve de exemplo pra isso é Neon Genesis Evangelion. Depois do sucesso da série, a indústria passou a seguir a tendência de animes com menos episódios (duas temporadas com 13 episódios cada, no geral) e uma qualidade técnica um pouco melhor. Mas deixemos Evangelion pra outra hora. Afinal, o foco de nossa matéria é Gall Force!

Garotas no Espaço
De olho no crescente mercado de animes para vídeo, os estúdios Artimic (que em 1983 tinha lançado a série Mospeada, que nos EUA foi agregada ao universo Macross pra virar Robotech x_x) fizeram uma parceria com as companhias japonesas Movic e AIC para lançarem um movie intitulado Gall Force: Eternal Story. Com 86 minutos de duração, direção de Katsuhito Akiyama (que um ano antes tinha dirigido nada menos que Thundercats pros gringos!) e roteiros de Sukehiro Tomito (que anos mais tarde se tornaria um dos principais roteiristas de Sailor Moon e criaria até suas clones: as Wedding Peach!) o filme se tornou um grande sucesso – a ponto de ter um jogo lançado pro lendário MSX da Philips. Parte do êxito se deu graças ao trabalho de design de um rapaz do estúdio chamado Kenichi Sonoda.

Sonoda mostrou seu talento ao mundo em Gall Force e desenvolveu sua carreira trabalhando como character design nos estúdios Artimic até o começo dos anos 90. Desenhando garotas com carinhas bem bonitinhas – bem diferente do que o público estava acostumado nos anos 80, com quase todas as mulheres nos animes parecendo ter algum parentesco x_x – o rapaz caiu nas graças dos donos do estúdio e começou a trampar feito louco na empresa.

No tempo em que permaneceu no Artimic, Sonoda acabou participando na (hoje) cult série de OVAs de Bubblegum Crisis (inédita por aqui) onde mostrou seu talento extra no desenho do aparato tecnológico usado pelas garotas da série. De olho no lucro, os estúdios Artimic não hesitaram em lançar sequências da história de Gall Force (da mesma forma como fizeram com Bubblegum) direto no mercado de vídeo, mas só que conseguiram a façanha de lançar uma merda após a outra. E como o Brasil é um país muito do “sortudo”, exatamente o pior do que foi produzido acabou chegando por aqui via U.S. Mangá, na extinta Rede Manchete.

A cronologia dos fatos
Se tem uma coisa confusa em Gall Force, sem dúvidas é a sua cronologia. Depois do movie, a Artmic lançou mais dois OVAs (Destruction e Stardust War) que complementaram a história do filme e a fecham de maneira convincente. De olho no tutu, em 1989 ela lançou Rhea Gall Force, que não passou por aqui, e mostra as reencarnações das personagens do movie original (cacilds @_@) numa guerra anos depois dos acontecimentos do mesmo. Rhea Gall Force, teve uma continuação intitulada Gall Force: Earth Chapter. Em três capítulos, essa foi a primeira produção de Gall Force que chegou ao Brasil via U.S. Mangá. O retorno comercial não se repetiu como a trilogia anterior, mas como a “série” já havia conquistado um público fiel, foi lançada uma continuação cretina chama Gall Force: New Era.

Não satisfeitos com a kagada de New Era, a Artmic ainda teve a brilhante ideia de lançar em 1996 uma nova mini-série em formato de OVA, chamada Gall Force: The Revolution. Dessa vez o traço não ficou por conta de Sonoda e as personagens pareciam ter saído de alguma série clone de Sailor Moon. Há ainda um OVA lançado em 88, chamado Ten Little Gall Force, onde as personagens aparecem em estilo SD (super deformed, ou “fofitchas” :P) satirizando, em dois episódios, os acontecimentos dos dois primeiros capítulos (Eternal Story e Destruction). Fez bastante sucesso na época.

A história do que vimos
No futuro, uma tecnologia alienígena é encontrada no subsolo da Lua e desperta a cobiça da humanidade quanto a sua conquista. Tal tecnologia é na verdade os restos da guerra entre Solenoides e Paranoides, vista em Gall Force Eternal Sory, e a mesma acaba sendo explorada para o desenvolvimento de armas militares e pesquisas envolvendo biotecnologia – comandadas pelo Dr. Newman. O fruto dessas pesquisas, acaba gerando uma raça que se auto denomina Cyberoid e quando ela toma o controle dos computadores do mundo, dizima toda raça humana disparando nossas armas nucleares contra nós mesmos!

O que restou da humanidade (quase que predominantemente, mulheres!) montou uma guerrilha, concentrada no que antes costumava ser a Austrália. Liderada por uma guerrilheira chamada Sandy Newman (filha do hômi que desenhou todo cenário desolador do anime) a resistência luta com um inimigo que chamam de MME e sabem que, de alguma forma, a solução dos problemas deve estar na lua, onde tudo começou.

Como Sandy vai fazer para ir pra lá? Por que Marte (que agora é um planeta independente e neutro na guerra que se desenrolava na Terra antes do holocausto causado pelos Cyberoids) não manda nenhuma ajuda? Quem é a mala pacifista chamada Caty que elas conhecem no decorrer de sua jornada sem esperança? E por que diabos todas as personagens do grupo da Sandy se parecem com reencarnações das personagens do Gall Force original? Tirando a última pergunta, a história responde, com alguns furos, as outras. O ruim de Earth Chapter é a visível queda de qualidade da animação a cada novo capítulo. Em contra-partida, o design dos personagens e das máquinas é o melhor de todas as séries Gall Force.

Depois de Earth Chapter, também pudemos conferir a dispensável “sequência” intitulada “New Era”. Milhares de anos após os acontecimentos de Earth Chapter, um viadinho cyberpunk de uma raça marginalizada resolve reascender a guerra entre humanos e os computadores da MME (que na verdade são uma forma de inteligência artificial). O cara causa o caos na Terra, mas uma nave – formada por uma tripulação que é cara e focinho de personagens de outras séries Gall Force – parte rumo à Lua a fim de encontrar a solução dos problemas. No meio disso tudo, está a mala da Caty – uma personagem ancestral que tem fundamental participação em todas as histórias do universo de Gall Force. O final sem pé nem cabeça da coisa e a animação horrorosa, faz com que você se pergunte até que ponto a ganância de um estúdio pode por manchar a reputação de um título, que muitos consideram um clássico dos anos 80 ao lado de Bubblegum Crisis, Megazone 23, Gunbuster…

Gall Force e o fim da U.S. no Mangá
A “primeira fase” da U.S Mangá na Manchete chegou ao fim com a exibição de Gall Force Earth Chapter. Depois da reprise de Orgun, Zeorymer, Genocyber e do próprio Gall Force, a Manchete anunciava com entusiasmo em sua programação de 1997 o estreia dos “episódios inéditos” da U.S Mangá. E logo de cara tivemos que engolir o Gall Force New Era, pra desgosto total de muita gente – que largou a sessão depois do trauma.

Pra complicar, todas os dois OVAs (Earth Chapter e New Era) foram cortados, e como uma compreensão mais ampla dos episódios estava intimamente vinculada aos demais capítulos existentes (sobretudo ao Rhea Gall Force), muita gente torceu o nariz pro desenho. Pra deixar a coisa mais dramática, a dublagem da Gota Mágica meteu voz de homem em uns personagens que eram… mulheres @_@. Era constrangedor ver uma muieh peituda com a voz do Hermes Baroli. Será que alguém pensou se tratar de um caso de ginecomastia?

Apesar de não ter sido o último anime exibido pela sessão, com esta matéria o JBox termina a saga do programa, que muita gente até hoje acha que é uma série (@_@), exibido na extinta Manchete no auge da invasão japonesa que o Brasil assistiu após o sucesso dos Cavaleiros do Zodíaco – em 1994. A U.S. Mangá Corps do Brasil marcou época na TV brasileira e nos apresentou um pouco do vasto universo dos animes, que até então se limitava a guerreiras mágicas, cavaleiros de armadura e aventuras com ritmo de RPG.

Além de Detonator Orgun, Zeorymer, Genocyber, Gall Force, M.D. Geist, Battle Skipper, Iczer 3, Fatal Fury, Samurai Shodown e Art of Fighting, a Premier Filmes adquiriu na época mais 4 animes que, infelizmente, não chegaram a ir ao ar via Manchete. São eles: 3×3 Eyes, You’re Under Arrest, Gunsmith Cats (que chegou a passar, depois de anos, no finado Locomotion) e… AKIRA (!). Infelizmente, a baixa audiência da “temporada 97” da sessão promoveu seu fim prematuro, sem que os 4 melhores animes do pacotão fossem exibidos. Seja como for, quem viu a U.S. Mangá uma vez, seguramente não se esquecerá jamais – até porque, aquela musiquinha da Sarah Regina não permite de jeito algum XD.

**Infelizmente eu não encontrei a lista de personagens nas minhas paginas, sorry**

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