Sinópse
Holy Avenger é a série de quadrinhos brasileira no gênero de maior longevidade no país. Criação de Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J.M. Trevisan, e ilustrada por Érica Awano, Holy Avenger atingiu 42 edições publicadas mensalmente ao longo de pouco mais de três anos, tendo gerado também diversas edições especiais relacionadas ao seu universo. A série foi bicampeã do Troféu HQ Mix em 2001 e 2002 na categoria "revista seriada".
A série é baseada no cenário de Role Playing Game Tormenta e conta a saga de Sandro Galtran, um aspirante a ladrão, no mundo de Arton, uma terra de fantasia medieval com elfos, anões, deuses e artefatos mágicos.
Ha alguns anos o autor anunciou o inicio da produção de uma serie animada da HQ, mais tarde anunciou que por problemas com a lei Rouanet seria produzido inicialmente apenas um longa animado, que poderia ou não ser seguido pela serie animada. Mas ambas as produções parecem não ter saido do papel.
Personagens principais
Sandro Galtran
Idade: 19 anos.
O ladrão aventureiro Leon Galtran ficou conhecido como o maior ladrão do reinado, graças a uma altíssima recompensa por sua cabeça. Na verdade, ele nem era um ladrão tão bom assim: o prêmio foi oferecido pelo maligno Sckhar, o Rei dos Dragões Vermelhos, apenas por vingança - depois que Leon destruiu parte de seu tesouro. Um bando de caça-recompensas encontrou e matou sua esposa Karin, mas Leon e seu filho escaparam. Após a tragédia, Leon abandonou sua vida de crimes. Mas Sandro cresceu admirando as histórias de suas façanhas, e queria de qualquer jeito ser "um ladrão como o pai". É claro que Leon nunca concordou em ensinar um ofício tão ingrato ao filho. Como resultado, aos dezenove anos, Sandro decidiu sair pelo mundo se aventurando como um ladrão, mesmo sem ter a menor idéia de como um deles trabalha... Sandro costuma ser bem-sucedido ao procurar trabalho como ladrão aventureiro. Afinal, a fama trazida pelo sobrenome sugere que ele seja habilidoso (em geral seus aliados só percebem a incompetência do jovem mais tarde...). Apesar da disposição exagerada para o crime, Sandro na verdade é bem intencionado - e também muito ingênuo: gosta de parecer esperto e manipulador, mas é facilmente enganado por qualquer um. Sandro é péssimo como ladrão, mas bom como lutador. Ele usa uma arma mágica que pertencia ao pai, o kailash, combinação mágica de boleadeira e pedra de funda retornável. Sandro estava de passagem por Valkaria após um incidente no Palácio Imperial quando testemunhou a prisão de Lisandra. Apaixonado à primeira vista (mas ainda sem ter a menor idéia disso!), decidiu que ela teria a ajuda do "grande Galtran"...
Lisandra
Idade: 19 anos.
Meio dríade (filha de um humano com uma dríade), sacerdotisa da deusa da natureza Allihanna, Lisandra foi criada por lobos na ilha pré-histórica de Galrasia, ao sul de Arton. Não tem nenhuma pista sobre seus pais verdadeiros, exceto pelo bracelete de ouro que traz no pulso esquerdo, gravado com seu nome. Primeira dos quatro heróis a aparecer na trama, Lisandra inicialmente é uma menina ingênua e de hábitos selvagens, porém bastante doce. Mas à medida que a trama avança, um lado sombrio de Lisandra começa a despertar, e ela se torna violenta e fria. Essa mudança tem relações com seus constantes pesadelos onde vê o Paladino de Arton sendo morto, e também com a identidade do seu verdadeiro pai. Todas essas relações são apontadas nas edições finais, com uma bela reviravolta na história da heroína.
Niele
Idade: 92 anos.
Elfa linda e de busto farto que anda vestida apenas com pequenas tiras de couro , conhecida como a maior maga de todo o reinado, o que na verdade se deve apenas ao fato dela possuir um artefato mágico chamado "Olho de Sszzas" forjado com um dos seis olhos do deus da traição, que permite que o usuário use qualquer magia, mesmo as não-conhecidas e que o usuário não possa utilizar. Ela encontra Sandro quando ele faz uma tentativa "furtiva" de roubar seu rubi da virtude, mas ela decide ajudá-lo pois vê que ele é apaixonado por Lisandra. Niele é alegre, divertida e gosta de aprontar. Mas toda essa vitalidade esconde um segredo sombrio: no passado, Niele e sua prima, a princesa Tanya, saíram dos domínios do reino élfico de Lenórienn. Nesta ocasião, as duas foram atacadas pelo bugbear Thwor Ironfist e Tanya foi seqüestrada, o que deu início ao fim da sociedade dos elfos, que se dispersaram após perderem seu reino. Niele pediu ajuda para o Paladino de Arton nessa época, mas ele se recusou por ela usar um cajado maldito. Seu nome completo é Nielendorane; sua frase de efeito: "Sou bonita, gostosa, e adoro ser lembrada disso!". Durante a história, Niele é morta por um vilão da série, o Camaleão, mas misteriosamente volta à vida depois. Esse mistério é revelado no final da série.
Tork
Idade: 10 anos.
Troglodita mercenário baixinho que criou Lisandra na ilha de Galrasia quando ela ainda era pequena (embora ele seja tecnicamente mais novo). Embora seja contra ajudar o Paladino, Tork ajuda a sua "filhota" na busca dos Rubis da Virtude, temendo que ela possa se colocar em perigo. É discriminado pelos trogloditas por causa do seu tamanho abaixo do normal, o que segundo a crença do seu povo é sinal de maldição. Tork usa uma foice, feita com a garra do elfo-do-mar maligno Deenar, e consegue emitir gases malcheirosos de seus poros, que causam fortes náuseas em seus adversários. Adora uma cerveja e "tripas" de monstros, e também arranjar encrencas. Durante a série, Tork faz amizade com Petra, a filha do necromante Vladislav Tpish que é muito forte, que é considerada péssima cozinheira (ela não tem o sentido do olfato para provar suas comidas), mas por algum motivo Tork realmente gosta da comida que ela faz.
Paladino de Arton
Idade: Desconhecida.
Ele era o Paladino de Jallar, uma deusa menor, mas ela achou que ele a tinha traído e o matou. Alguns anos depois ele foi encontrado por um grupo de aventureiros e ressucitado. Agora ele é o maior paladino de Arton, e é dado como desaparecido. Nas primeiras edições, descobre-se que ele está em Galrasia, e que só pode ser trazido de volta à vida com os Rubis da Virtude. O Paladino é considerado o maior herói de Arton, um exemplo para todos os heróis. Mas no desenrolar da série, descobre-se que ele não é tão bondoso como parece. O motivo para seu desaparecimento e seu atual estado corrompido é explicado nas últimas edições de Holy Avenger.
A animação de Holy Avenger
Existe um projeto de formação de uma animação dessa história em quadrinhos. Por enquanto apenas uma prévia da abertura encontra-se disponível, onde são apresentados os personagens principais da série e uma relativa mistura entre cenas estáticas e animadas.
Mangá
Pra quem conhece alguma coisa do complicado público brasileiro leitor de quadrinhos e fãs de cultura medieval dos anos 90, certos dogmas pareciam invioláveis: Mangá não é coisa que faz sucesso no Brasil. Literatura medieval é algo para poucas mentes superiores. O ambiente medieval, para ser convicente e fazer sucesso precisa de muita precisão histórica e seriedade em sua agógica... Tudo isso seria muito bem aceito como verdade para os especialistas da época. Até que veio Holy Avenger e mudou tudo.
Inicialmente proposto por idéias costuradas pelos idos tempos da Dragão Brasil, Holy Avenger visava apenas fornecer aos leitores um cenário "legal" para enfiar as "melhores" idéias da revista até então. Querendo de fato isso ou não, Cassaro, Awano, Reis e cia ltda. mudaram para sempre a história dos quadrinhos nacionais, gravando com louvor seus nomes nessa impiedosa saga que é o mercado brasileiro.
Tá, isso tudo você já está cansado de saber, e qualquer coisa que possa ser dita sobre HA é notícia velha. Mas sei que só recentemente tive a idéia de buscar pela revista por aí e acabei encontrando como baixar alguns números. Após lê-los (e confesso que muito desanimado a princípio) acabei não tendo escolha senão correr atrás do resto porque o negócio era MUITO BOM!
...
Digo, muito bom se você está preparado para o humor mangá misturado ao arquetípico modo de mangá/anime tratarem o ambiente de fantasia medieval. Magia, mistério, conspirações, humor (e tá bom! Uma elfa peituda semi-nua) em doses muito bem costuradas, com continuidade excelente e traço e quadrinização impecáveis da louvável Erika Awano-sama e Denise Akemi-sama. Que aliás, me parecem muito mais "mangá" do que muita coisa produzida no Japão.
Um dos destaques para o modo de condução da narrativa de HA, na minha opinião, é como eles conseguem ponderar o nível de "poder" dos personagens. Sim, Sandro, Niele, Tork e cia. mal parecem saber no que estão se metendo direito enquanto aventureiros, à medida que o grupo (realmente) "épico" da história (Leon, Luigi, Lenora, Vlad e Paladino) não se preocupa mais em correr de monstros, mas se preocupa muito mais com a nova geração de aventureiros, anteriormente citada.
Desnecessário dizer, qualquer esforço dos quadrinhos brasileiros que consiga se manter por 40 edições é digno de todo louvor da área e ainda mais. Arton continua tendo um lugar especial no coração de vários RPGistas brasileiros, e, após devorar 42 números (sem contar os especiais, que ainda estou atrás) em três dias, ganhou mais um defensor. Mais do que contar a história de heróis como Sandro e Leon Galtran, e do Protetorado, HA foi um grande passo para o quadrinho nacional, desbravado pelos heróis que construíram essa revista com muita fé e admirável profissionalismo. Muito me arrependo de não tê-la acompanhado na época em que ainda era publicada, e aqui está meu testemunho de mea culpa.
Após ler alguns números, tive a real vontade de converter algumas coisas para D&D 4th. Mas, sinceramente, creio que isso não ocorrerá. Tormenta acaba de ganhar um RPG próprio, e mesmo após o hercúleo esforço de transcrever uma linguagem pra outra, ainda assim, provavelmente não terei onde usar pelo menos 90% desse material. Mesmo assim, por conhecer apenas essa pequena parcela do cenário, não me candidato a tal esforço. Ainda gostaria de saber mais coisas sobre Arton, e sobre a Tormenta propriamente dita.
Enquanto material RPGístico, Tormenta realmente sofreu maus percalços. 3D&T é muito bom para iniciantes, mas realmente não parece progredir à medida que o jogo pede maior complexidade. GURPS eu não posso falar muito a respeito, mas a principal vertente do material, graças à OGL, foi o d20 de D&D 3.X, e, sinceramente, isso me pareceu agravar ainda mais as deficiências naturais do sistema. Espero sinceramente que essas deficiências tenham sido sanadas no Tormenta RPG (recentemente lançado), já que é algo próprio dos profissionais responsáveis pela sua criação.
Mesmo assim, se você procura uma leitura totalmente descompromissada, mas muito prazeirosa de ler (e principalmente, está correndo como um vampiro corre de clérigo das coisas do Duchamp), saiba para que lado correr! Corra para Holy Avenger.
A série é baseada no cenário de Role Playing Game Tormenta e conta a saga de Sandro Galtran, um aspirante a ladrão, no mundo de Arton, uma terra de fantasia medieval com elfos, anões, deuses e artefatos mágicos.
Ha alguns anos o autor anunciou o inicio da produção de uma serie animada da HQ, mais tarde anunciou que por problemas com a lei Rouanet seria produzido inicialmente apenas um longa animado, que poderia ou não ser seguido pela serie animada. Mas ambas as produções parecem não ter saido do papel.
Personagens principais
Sandro Galtran
Idade: 19 anos.
O ladrão aventureiro Leon Galtran ficou conhecido como o maior ladrão do reinado, graças a uma altíssima recompensa por sua cabeça. Na verdade, ele nem era um ladrão tão bom assim: o prêmio foi oferecido pelo maligno Sckhar, o Rei dos Dragões Vermelhos, apenas por vingança - depois que Leon destruiu parte de seu tesouro. Um bando de caça-recompensas encontrou e matou sua esposa Karin, mas Leon e seu filho escaparam. Após a tragédia, Leon abandonou sua vida de crimes. Mas Sandro cresceu admirando as histórias de suas façanhas, e queria de qualquer jeito ser "um ladrão como o pai". É claro que Leon nunca concordou em ensinar um ofício tão ingrato ao filho. Como resultado, aos dezenove anos, Sandro decidiu sair pelo mundo se aventurando como um ladrão, mesmo sem ter a menor idéia de como um deles trabalha... Sandro costuma ser bem-sucedido ao procurar trabalho como ladrão aventureiro. Afinal, a fama trazida pelo sobrenome sugere que ele seja habilidoso (em geral seus aliados só percebem a incompetência do jovem mais tarde...). Apesar da disposição exagerada para o crime, Sandro na verdade é bem intencionado - e também muito ingênuo: gosta de parecer esperto e manipulador, mas é facilmente enganado por qualquer um. Sandro é péssimo como ladrão, mas bom como lutador. Ele usa uma arma mágica que pertencia ao pai, o kailash, combinação mágica de boleadeira e pedra de funda retornável. Sandro estava de passagem por Valkaria após um incidente no Palácio Imperial quando testemunhou a prisão de Lisandra. Apaixonado à primeira vista (mas ainda sem ter a menor idéia disso!), decidiu que ela teria a ajuda do "grande Galtran"...
Lisandra
Idade: 19 anos.
Meio dríade (filha de um humano com uma dríade), sacerdotisa da deusa da natureza Allihanna, Lisandra foi criada por lobos na ilha pré-histórica de Galrasia, ao sul de Arton. Não tem nenhuma pista sobre seus pais verdadeiros, exceto pelo bracelete de ouro que traz no pulso esquerdo, gravado com seu nome. Primeira dos quatro heróis a aparecer na trama, Lisandra inicialmente é uma menina ingênua e de hábitos selvagens, porém bastante doce. Mas à medida que a trama avança, um lado sombrio de Lisandra começa a despertar, e ela se torna violenta e fria. Essa mudança tem relações com seus constantes pesadelos onde vê o Paladino de Arton sendo morto, e também com a identidade do seu verdadeiro pai. Todas essas relações são apontadas nas edições finais, com uma bela reviravolta na história da heroína.
Niele
Idade: 92 anos.
Elfa linda e de busto farto que anda vestida apenas com pequenas tiras de couro , conhecida como a maior maga de todo o reinado, o que na verdade se deve apenas ao fato dela possuir um artefato mágico chamado "Olho de Sszzas" forjado com um dos seis olhos do deus da traição, que permite que o usuário use qualquer magia, mesmo as não-conhecidas e que o usuário não possa utilizar. Ela encontra Sandro quando ele faz uma tentativa "furtiva" de roubar seu rubi da virtude, mas ela decide ajudá-lo pois vê que ele é apaixonado por Lisandra. Niele é alegre, divertida e gosta de aprontar. Mas toda essa vitalidade esconde um segredo sombrio: no passado, Niele e sua prima, a princesa Tanya, saíram dos domínios do reino élfico de Lenórienn. Nesta ocasião, as duas foram atacadas pelo bugbear Thwor Ironfist e Tanya foi seqüestrada, o que deu início ao fim da sociedade dos elfos, que se dispersaram após perderem seu reino. Niele pediu ajuda para o Paladino de Arton nessa época, mas ele se recusou por ela usar um cajado maldito. Seu nome completo é Nielendorane; sua frase de efeito: "Sou bonita, gostosa, e adoro ser lembrada disso!". Durante a história, Niele é morta por um vilão da série, o Camaleão, mas misteriosamente volta à vida depois. Esse mistério é revelado no final da série.
Tork
Idade: 10 anos.
Troglodita mercenário baixinho que criou Lisandra na ilha de Galrasia quando ela ainda era pequena (embora ele seja tecnicamente mais novo). Embora seja contra ajudar o Paladino, Tork ajuda a sua "filhota" na busca dos Rubis da Virtude, temendo que ela possa se colocar em perigo. É discriminado pelos trogloditas por causa do seu tamanho abaixo do normal, o que segundo a crença do seu povo é sinal de maldição. Tork usa uma foice, feita com a garra do elfo-do-mar maligno Deenar, e consegue emitir gases malcheirosos de seus poros, que causam fortes náuseas em seus adversários. Adora uma cerveja e "tripas" de monstros, e também arranjar encrencas. Durante a série, Tork faz amizade com Petra, a filha do necromante Vladislav Tpish que é muito forte, que é considerada péssima cozinheira (ela não tem o sentido do olfato para provar suas comidas), mas por algum motivo Tork realmente gosta da comida que ela faz.
Paladino de Arton
Idade: Desconhecida.
Ele era o Paladino de Jallar, uma deusa menor, mas ela achou que ele a tinha traído e o matou. Alguns anos depois ele foi encontrado por um grupo de aventureiros e ressucitado. Agora ele é o maior paladino de Arton, e é dado como desaparecido. Nas primeiras edições, descobre-se que ele está em Galrasia, e que só pode ser trazido de volta à vida com os Rubis da Virtude. O Paladino é considerado o maior herói de Arton, um exemplo para todos os heróis. Mas no desenrolar da série, descobre-se que ele não é tão bondoso como parece. O motivo para seu desaparecimento e seu atual estado corrompido é explicado nas últimas edições de Holy Avenger.
A animação de Holy Avenger
Existe um projeto de formação de uma animação dessa história em quadrinhos. Por enquanto apenas uma prévia da abertura encontra-se disponível, onde são apresentados os personagens principais da série e uma relativa mistura entre cenas estáticas e animadas.
Mangá
Pra quem conhece alguma coisa do complicado público brasileiro leitor de quadrinhos e fãs de cultura medieval dos anos 90, certos dogmas pareciam invioláveis: Mangá não é coisa que faz sucesso no Brasil. Literatura medieval é algo para poucas mentes superiores. O ambiente medieval, para ser convicente e fazer sucesso precisa de muita precisão histórica e seriedade em sua agógica... Tudo isso seria muito bem aceito como verdade para os especialistas da época. Até que veio Holy Avenger e mudou tudo.
Inicialmente proposto por idéias costuradas pelos idos tempos da Dragão Brasil, Holy Avenger visava apenas fornecer aos leitores um cenário "legal" para enfiar as "melhores" idéias da revista até então. Querendo de fato isso ou não, Cassaro, Awano, Reis e cia ltda. mudaram para sempre a história dos quadrinhos nacionais, gravando com louvor seus nomes nessa impiedosa saga que é o mercado brasileiro.
Tá, isso tudo você já está cansado de saber, e qualquer coisa que possa ser dita sobre HA é notícia velha. Mas sei que só recentemente tive a idéia de buscar pela revista por aí e acabei encontrando como baixar alguns números. Após lê-los (e confesso que muito desanimado a princípio) acabei não tendo escolha senão correr atrás do resto porque o negócio era MUITO BOM!
...
Digo, muito bom se você está preparado para o humor mangá misturado ao arquetípico modo de mangá/anime tratarem o ambiente de fantasia medieval. Magia, mistério, conspirações, humor (e tá bom! Uma elfa peituda semi-nua) em doses muito bem costuradas, com continuidade excelente e traço e quadrinização impecáveis da louvável Erika Awano-sama e Denise Akemi-sama. Que aliás, me parecem muito mais "mangá" do que muita coisa produzida no Japão.
Um dos destaques para o modo de condução da narrativa de HA, na minha opinião, é como eles conseguem ponderar o nível de "poder" dos personagens. Sim, Sandro, Niele, Tork e cia. mal parecem saber no que estão se metendo direito enquanto aventureiros, à medida que o grupo (realmente) "épico" da história (Leon, Luigi, Lenora, Vlad e Paladino) não se preocupa mais em correr de monstros, mas se preocupa muito mais com a nova geração de aventureiros, anteriormente citada.
Desnecessário dizer, qualquer esforço dos quadrinhos brasileiros que consiga se manter por 40 edições é digno de todo louvor da área e ainda mais. Arton continua tendo um lugar especial no coração de vários RPGistas brasileiros, e, após devorar 42 números (sem contar os especiais, que ainda estou atrás) em três dias, ganhou mais um defensor. Mais do que contar a história de heróis como Sandro e Leon Galtran, e do Protetorado, HA foi um grande passo para o quadrinho nacional, desbravado pelos heróis que construíram essa revista com muita fé e admirável profissionalismo. Muito me arrependo de não tê-la acompanhado na época em que ainda era publicada, e aqui está meu testemunho de mea culpa.
Após ler alguns números, tive a real vontade de converter algumas coisas para D&D 4th. Mas, sinceramente, creio que isso não ocorrerá. Tormenta acaba de ganhar um RPG próprio, e mesmo após o hercúleo esforço de transcrever uma linguagem pra outra, ainda assim, provavelmente não terei onde usar pelo menos 90% desse material. Mesmo assim, por conhecer apenas essa pequena parcela do cenário, não me candidato a tal esforço. Ainda gostaria de saber mais coisas sobre Arton, e sobre a Tormenta propriamente dita.
Enquanto material RPGístico, Tormenta realmente sofreu maus percalços. 3D&T é muito bom para iniciantes, mas realmente não parece progredir à medida que o jogo pede maior complexidade. GURPS eu não posso falar muito a respeito, mas a principal vertente do material, graças à OGL, foi o d20 de D&D 3.X, e, sinceramente, isso me pareceu agravar ainda mais as deficiências naturais do sistema. Espero sinceramente que essas deficiências tenham sido sanadas no Tormenta RPG (recentemente lançado), já que é algo próprio dos profissionais responsáveis pela sua criação.
Mesmo assim, se você procura uma leitura totalmente descompromissada, mas muito prazeirosa de ler (e principalmente, está correndo como um vampiro corre de clérigo das coisas do Duchamp), saiba para que lado correr! Corra para Holy Avenger.
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